domingo, 30 de outubro de 2011

DE MIM MESMA



Dias e noites na aridez de inspiração
Procurando encontrar a minha amiga ausente
Solidão que amarga poucos versos
Que oprime a minha natureza impaciente

Simulo um meio sorriso
Uma felicidade vã
Certa esperança apática
Não está surtindo efeito

Permiti o caos
O desinteresse
A letargia


Entrego-me à tais sentimentos
Com ímpeto
À veracidade contida neles
Com tamanha intensidade
Que esqueço de tudo ao meu redor
Principalmente de mim mesma.


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

PASSEIO EM LUMIAR

Toma a minha mão
Passeia comigo
Pelos arredores
Benditos de Lumiar
Vendo as flores nascerem
Como lençóis cobrindo 
O nosso corpo


Enfeitando a madeixa escura
Da mulher menina
Que rende-se à paisagem
À musicalidade, a poesia
Ao brilho do Sol tão preguiçoso
E ao forte canto dos pássaros
Bailando acima no azul Céu


Magia de amores sensíveis
Redenção completa
Onde não há espaço
Para nada mais


A não ser para a liberdade
Para o amor genuíno
Que a Natureza presenteou
Com fôlego de criança brincando
Sempre querendo além do que vê


Nada precisa fazer sentido
Pois tudo já é em si completo
E não explica-se


A paz, o amor, e as sensações
Apenas abrimos o coração
Para senti-los
Vivendo em si 
Cada partícula de verdade
Respirando o ar puro da esperança
Que ondula o nosso infinito ser.


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A MINHA ALMA



A  minha alma é sensível como a flor
Que acabara de nascer
Sentindo a luz a acariciá-la
Abrindo-se lentamente
Para quem quiser conhecê-la


A minha alma é receptora do amor
Doadora e entregue como a felicidade
De sorrisos puros e largos


A minha alma é um encontro
Com o meu eu sincero
Com as minhas descobertas
Com os meus sentidos
Com o que vejo de bom em mim
Com o que me apraz e envolve
Em carinhos plenos


A minha alma preenche
As minhas lacunas
Ela é a singeleza do meu olhar
Que transmite vontade
De existir e coexistir
Numa agradável caminhada de encontros


A minha alma sente o toque macio do amor
Da fraternidade
Da jovialidade
Do companheirismo
Do meu próximo
Que cultua comigo a generosidade


A minha alma é incomparável
É única, como a de todos


A minha alma também já sofreu
Angústias e decepções
Já fez alguém sofrer
Fez escolhas erradas
Chorou lágrimas de dor
Intensamente


Tal qual a chuva forte
Caindo pela janela
Num triste dia nublado
Sem música feliz
Somente as notas da solidão


Já isolou-se dormindo o sono ruim
Envenenou-se através do olhar
Despejou ao chão palavras contaminadas
Irritou-se com a injustiça
Prostrou-se face ao desespero
Desfalecendo-se gelada


A minha alma bem longínqua
Obedeceu o sussurro em seus ouvidos
Revivendo e inalando a vitória
Fortalecendo-se em degraus, sem pressa
Confiando na sua decisão
De vorazmente lutar


Respirando aliviada
Pelo bem maior, que é a VIDA
Cheia de contrastes
E senhora de nós mesmos!



AUTORIA:Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SONETO DAS EMOÇÕES

 
 
A luz que antes brilhava intensa
Hoje diminui gradativamente
No seu olhar, não vejo a expressão quente
Premonição cadente, triste e pretensa


Perdemo-nos nos segundos ofuscados da vida
Empobrecemo-nos nas palavras trocadas e enfeitadas
Dentro de nós, restaram emoções enclausuradas
Querendo libertar-se, evitando a partida


Dor intensa marejando o olhar
Pensamento frio e solitário sobre o fim
Talvez não seja real, poderá novamente brilhar?


O imaginário dará vazão a razão
A introspecção reluzirá o sentimento, enfim
Ficará em nossas mãos, então, o destino da emoção. 

AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

RESQUÍCIOS

 

Num espaço curto de tempo
Num transcorrer pálido
E decadente das horas
Eu vejo que a calmaria adormeceu
Um sono quase eterno


As sensações vem até mim
Na forma plena
De uma mudança brusca

Triste é não sentir a alma de outrora
Cintilante, viva e voraz

Enxergo o lânguido sofrimento
Que corrompe os meus devaneios


Da sua risada gostosa, lembro bem
Do seu furor imparcial, não consigo esquecer


Solidão que lentamente vai cravando
Suas unhas em minha carne
Ofegante e esperançosa


Procurando reencontrar e reencaixar
Os resquícios de um amor vívido
Cheios de paixão e luz


Brilhante como o mais puro sol
De um dia esplêndido de verão
Que teima em não se pôr.



 AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.




domingo, 9 de outubro de 2011

SONETO DO TALENTO POÉTICO


Quisera eu ter o talento que encanta
Como as águas do mar que seduzem
E a estrela no céu que abrilhanta
No entanto, são ilusões que se produzem



Vontade que aos poucos preenche o meu peito
E o meu pensar se entrega em harmonia
Numa tímida esperança fazendo sintonia
Com o que sinto, vivo, entendo e aceito


Admiro o poeta e a sua perseverança
Ser original parece um tormento
Não cabendo aqui nenhum lamento


E essa admiração tão natural e crescente
A minha alma almeja ardentemente
Para que o meu interior coabite delicadamente.


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

LABIRINTO DE DOR



Vi tanta tristeza no teu olhar
Na tua expressão vi dor
Está você num labirinto frio
De sensações profundas e incógnitas
De perguntas que não tens a resposta
Imenso como o mar ele é


Tuas águas congelantes
Paralisando os teus olhos castanhos
Não conseguindo jorrar uma lágrima
Apenas estão marejados
Perdidos, a esmo
Sem fixar-se em ponto específico

O sono é o teu companheiro de fuga
Te arrastando horas a fio sem piedade

Tire as tuas mãos do teu rosto tão novo
Abra a tua boca derramando
As palavras salgadas que te fazem mal
Aumentando a tua pressão arterial
E que são impróprias para beber


Jogue-as fora com vontade
Libertando-te desta salinidade
Procurando então, águas de rio, doces
Que te darão um novo sabor à vida


Tão lindamente te chamando a saboreá-la
Para viveres dias felizes
Aceite este convite
Pois a tua estrada é longa
E a esperança está no arco-íris
À tua espera!


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.