terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ESTOU FARTA!



Estou farta de rasgar papéis
De pensar em histórias
Felizes e tristes
De criar cenários distintos
De chorar e mergulhar
Nos abismos criados por mim

Estou cansada de tentar justificar
Ações passadas tão vivas
De tentar enganar o meu coração
Fechando os olhos sem lutar
Cerrando a alma para amores vividos

Uma indiferença que não possuo
Uma sensibilidade latente em mim
Sou prisioneira enganada
Enganadora do sentir
Onde não há paz


Sou a poeira que encobre
O meu rosto
O meu corpo
Levados para direções longínquas
Sou o fel desses dias maus
O amargor do passado
A contrariedade do presente
A nulidade do futuro

Eu não existo coesa

Sou fragmentos espalhados pela Natureza
Perdidos ao seu alcance
Peças de um quebra-cabeça
Que jamais se juntarão


Pois as peças complementares
Têm vida própria
E estão tão perdidas
Nessa imensidão temporal
Quanto eu!




AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

BELEZA POÉTICA

A beleza poética
Encontra-se particular
E diferentemente em cada um

A alma expressa
Através dos dedos
Em linhas abençoadas



O que para si acredita
Ser a sua emoção
A sua razão
Sem receio


Bendita seja a palavra
Rica, pobre e inspiradora
Manifesta por um pensar que ama
Numa folha simples que aos poucos 
Vai saindo do estado embrionário


Benditas são 
As diferentes formas 
Do sentimento descortinado
Do aroma pluralizado
Da beleza fatal
Da razão dorida


Que faz emocionar
Pensar
Reverenciar

Benditos sejam todos vocês
Que de uma forma singular
Rasgam o peito da sensibilidade

Trazendo-nos joias de valor imaterial
Não importando o estado em que encontrem-se
Felizes ou tristes

Benditos sejam os poetas
Que vez em quando aliviam a nossa dor
Outras vezes fazem com que enxerguemos 
A mesma dor com consciência
Ajudando-nos a achar um caminho mais seguro
A ser percorrido na estrada infinita do nosso coração.


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.






quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

QUANTAS VEZES?





Quantas vezes eu abri o meu coração
Quantas vezes me despi à luz do dia
Quantas vezes eu permiti
Você me enxergar como eu sou?
Quantas?


Muitas vezes eu queria me jogar sem medo
Sem preocupação para você
E derramar todas as minhas lágrimas
Desabafando, enfim!


Muitas vezes eu te pedi SOCORRO em carmesim
Desesperada e aflita


Precisando do teu colo
Precisando do teu ouvido
Precisando do teu carinho
Precisando do teu abraço

Da simplicidade das tuas palavras
Que poderiam tranquilizar o meu rosto
Calar o meu angustiante pranto
Sossegar a minha alma infeliz



Você, onde estava? O que fez?
Eu respondo: NADA!
Não havia no teu coração
Um bem precioso 
Que todos adoram dizer que tem
Porém, dele fazem pouco
Ou mau uso


Esse bem é a AMIZADE
Mais valiosa do que metal precioso
Que exerce um grande poder
Sobre o ser humano


Ela é impagável e incalculável
Traz consigo energias saudáveis
De bem querer


Traz PAZ
Traz VERDADE
Traz EXORTAÇÃO

O que te custava um abraço mudo
O ceder dos ouvidos
Sem preocupar-se com a hora de partir?



Custava os teus próprios interesses
A tua acomodação diária
O não comprometimento com uma vida
Que poderia ter sido salva
Naquele momento de fel


Se a tua alma fosse mais sincera
Doadora e doce
Se a gentileza escorresse
Por entre os teus poros
Se soubesse o significado real
Das palavras COMPARTILHAR E SOLIDARIEDADE


Falar que se é amigo
É muito fácil
Ter atitudes de amigo
São na realidade
Provas de fogo

Exercícios diários
De abnegação e altruísmo
Que nem todos estão
Dispostos a praticar! 


 AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.










sábado, 10 de dezembro de 2011

A CONVIVÊNCIA


A convivência está sufocada
Pela espessa e inalante fumaça
Doentia e mau cheirosa cobrindo o ar
Confundindo a visão



A convivência petrificou olhares
Cortou feito navalha afiada
Os desejos do coração


Jogou no poço da intolerância
Todo o pretérito bem querer
Toda a lúdica e envolvente palavra
Todo o amor em uníssono


Sem compaixão ela age
Corrói, fere e destrói
Aniquila a alma
Gotejando lágrima
Mesmo sem querer
E o por quê?


Indagações são diversas
Como grãos de areia, incontáveis
A espalhar-se na mente confusa
Que não compreende
O surgimento do caos
O deserto de paz


A variação de sentimentos
Presos, quase sempre
Livres, quase nunca


Querendo tornar roucas
As cordas vocais de tanto gritar
Implorando aos céus
Que a fumaça se dissipe
Que ainda haja tempo
De recuperar a saúde pulmonar
Sem graves sequelas deixar. 




AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.