segunda-feira, 30 de julho de 2012

TORRENTES



Sem chão, sem vontade, sem palavra
Nada há que resista a esse estado
Conflitante e equacionado


Realidade desembocada numa esquina
Do pensamento puramente primário
Letárgico, esvoaçante e contraditório
Fazendo mudar em segundos
Qualquer conteúdo de uma história


Pupilas em expressivas torrentes
Descendo através da face
O mar de sofrimento em vão


Afogando a boca entreaberta
Que esboça uma canção
Onde a dor anuncia-se com torpor
Os tortuosos caminhos do amor.


AUTORIA: Patrícia Pinna
Imagens: Internet




quarta-feira, 25 de julho de 2012

SAGA

 


O cavalheiro sofreu de remorso
Por não tratar a sua dama como convém
Recebeu a negação da sua voz
Tornando-se dela um triste refém

O castelo em que viviam
Condizia com a beleza interior
Que retratava aquele amor
Mas o cavalheiro esqueceu
De cuidar dele com fervor

A dama decepcionada ficou
Ao ver que ele só pensava em si
Vendo a gentileza dele não mais fluir 

Partiu do castelo num galope
Galope de cavalo arredio
Não importando-se nem com o frio

Cavalheiro de atitudes ambíguas
Coloca-se a lamentar por perder o seu amor
Que dizia venerar

Seu arrependimento não foi sincero
Incorreu no erro sem pensar
Ficando sem a dama
Por não sabê-la cortejar.



AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet




quinta-feira, 19 de julho de 2012

DERME E EPIDERME

 

A DERME é a essência do nosso encontro
Em uma união vedada para a superficialidade
Internalizando os sentimentos profícuos

EPIDERME, marcas vistas a olho nu
Expostas na nossa pele
Tatuadas em diversos tamanhos
Sendo de prazer ou dor

A DERME enxerga
Com olhos invisíveis
Olhos que ninguém contempla
Num passeio de alma indizível
Não buscando entendimento
Aprofundando-se em um
Sensível contentamento

EPIDERME, é a paixão inebriante
Dos cinco sentidos aflorados
Ela é tocada com volúpia
Ouvida em pequenos gemidos
Entre os beijos saborosos vividos

Nos fluidos trocamos aromas
Na Lua que clareia o quarto
Iluminando a pele de suor

A DERME é o amor que não vemos
Que sabemos existir certamente
Ansiando um dia encontrar
Sentir o seu poder sem saber o porquê

Ele transforma, sereniza e conforta
Sendo a cumplicidade a sua porta
Romântica e decidida
É uma escolha de vida
Sendo de que tipo for
Não pode deixar de ser vivida!


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MORTE!



Encontrei  a dor revestida de culpa
Encontrei a face morta
Olhando-me no reflexo do espelho
Encontrei a morte da suavidade
Presente nos meus dias
Sem fisicamente fazer o desenlace


A morte está nas minhas ações
A morte está nas minhas decepções
Ela está no meu linguajar arrogante
Que em forma de sons não edificantes
Expulso venenosamente da minha boca!


Deus! Deus!
Extinto está o meu coração
Da bondade divina
Confundindo autoridade
Com autoritarismo
Furtando-me ao conhecimento
Da real mudança 
Que transitoriamente
Penso apossar-se de mim


Tola ilusão!
Enquanto durmo
Acalmo o meu ser
Não sendo fel
E nem ferindo à espada


Quando acordada volto 
Aos tormentos interiores
Descobrindo que continuo do mesmo modo
Sem razão, sem justificativa e sem perdão


Oh, Deus! Quantos inocentes eu feri 
Sangrando até a quase morte?
Eles vivem em Terapia Intensiva
E eu estou praticamente pronta
Mesmo indo contra o meu pensamento
Provocar uma eutanásia emocional!




AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.


domingo, 8 de julho de 2012

BRAÇOS DO AMOR!



Frases escritas para fazer de conta
Que sou ou que és importante
Acelerando o ritmo criador
Numa construção em versos do amor

Amor, o que preenche a minha alma
O que transmite-me a calma
O que faz eu descobrir
Que as vivências são bobagens
Quando não divididas
Suas bagagens

Amor é partilha generosa
Desconhecendo formatação impiedosa
É doador na amplitude vigorosa

Encontre-me  com a tua verdade
Com o teu calor, teu sabor
E a tua sabedoria

Sou uma partícula viajante
Necessitando da tua bondade
Capaz de vencer toda
E qualquer maldade

No teu manto protetor
Eu me sinto um vencedor
Estando num leito acolhedor
Nos simples braços do amor.


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.




terça-feira, 3 de julho de 2012

FÉRIAS



Escuridão que clareia
Os meus pensamentos
Faz eu enxergar onde estou
Faz eu sentir que já não estou mais aqui

Estou de férias com bagagens pesadas
Que não sei quando e nem onde as colocarei
Fardo meu, fardo teu

Não te convidei a partir comigo
Ficarias bem melhor no teu recanto
Na tua solidão, no teu isolamento

Estou à procura do meu eixo
Do meu encontro real
Da paz que preciso ter
Para um dia talvez
Repartir com alguém

Nas Luas que seguem-se
Em todos os seus quartos
É uma nova fase que vivo
É a esperança dentro de mim
Que carrego
É o meu ser
Que entrego


Oh, Universo
Teus mistérios
São incontáveis
Aqui estou pronta
Para ouvir-te

Quem sabe sairei 
Dessa jornada
Serenizada
A buscar parte de mim
Que no recanto deixei
Quem sabe?


AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet