terça-feira, 30 de setembro de 2014

Personagens By Patrícia Pinna



A tua face é desenhada
Por mais de um semblante
Constituindo formas desconexas
Cultivadas na tua vida real
Representando um específico instante

Ágeis são as tuas modificações
Não importando-se em sofrer comparações
Alienações em vários graus, resignações
Sendo ontem venerado, hoje massacrado
Com a mesma volúpia do acasalamento dos camaleões

Situações aflitivas gerando depressão
Que não sabes, no entanto, de onde vem
Tampouco ousas culpar alguém
Nesta existência de constante contradição

Não conhece teu caminho
O que esperar no indecifrável destino
Tornando-se refém num doente ninho
Em teus múltiplos personagens
Que não consegues abandonar
Assim, passa teus rasos dias
Sempre a representar!

Autoria: Patrícia Pinna
Imagens: Internet.



sábado, 20 de setembro de 2014

A Poesia By Patrícia Pinna



Vejo a poesia em qualquer lugar, nas letras de músicas
Num beijo apaixonado, no choro da criança que nasce
No ciclo da vida, início e fim
Em lágrimas do fim de um amor

Vejo a poesia na dor da reconstrução
Nos pés andarilhos procurando aventura
Na esperança disfarçada de fé
No aroma suave do jasmim
Reportando demasiadamente a outrora

Vejo a poesia no sorriso ingênuo da criança
Pensando nos seus sonhos gigantescos
Ainda em corpo a desabrochar

Firo a poesia quando vejo a maldade humana
Passeando e fazendo morada nas esquinas
Firo a poesia quando vejo lares destruídos
Pelo viciante líquido legalizado
Pelo fumo que destrói o corpo e a alma
Pelas vidas ceifadas sem nenhum arrependimento
Firo a poesia quando entendo ser isso normal
Abraçando a violência verbal e física

Poesia é a paz que procuramos em nós
No nosso interior sofrido, na contramão
Que surge nas simples palavras sinceras
Endossando o nosso desejo de felicidade
Escritos na amplitude dos versos
Cantando o mundo em notas suaves
Emudecendo entregue, uma alma crédula!

Autoria: Patrícia Pinna
Imagens: Internet



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Relâmpagos e Trovões By Patrícia Pinna



Escura como a noite em dias de tempestade
Das nuvens densas no céu de solidão
Repousa absoluta alma minha, roncando feito trovão
Absorta, letárgica, clamando alento para a minha fraqueza
Inundada pelas chuvas salinas, gélidas em perdição

Ouço trovoadas ensurdecedoras levando-me ao medo
Vejo  relâmpagos tremendo em fúria descompassada
Por eu estar prostada em meu túmulo de dor

Não compreendo a ação da Natureza
Permitindo tanta beleza virar destruição
Desfazendo a serenidade dos pingos da chuva
Deixando uma catástrofe acontecer

Destituiu-se vida plena, criou-se rasgo de amargura
Foi-se embora a candura e a vontade de crer
Que em tudo na vida há motivo para viver!

Autoria: Patrícia Pinna
Imagem: Internet.