segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

GANGORRA DE AMOR



A lua minguante no céu
Despida e sem véu
Adormece o silêncio noturno
Clareia empobrecidamente
Os passos pesados no chão
Sem nenhuma real condição
De caminhar com fé


Como correntes grossas
Fechando em sua carne
Ferindo devagar
Sangrando na alma


A insensatez das palavras
A perdição dos momentos
A ironia irritante


O vendaval usurpa sem pudor
A alegria criança de outrora
Destruindo os sonhos coloridos
Destruindo os planos pensados
Nos dias de cada mês 
Na contagem nascente deles


Antes de os versos de amor
Brindarem o encontro anual
O descontrole imperou
As acusações tornaram-se frequentes
A oscilação determinou os dias amando assim:


Um desejo sufocado, omisso e contraditório
Gangorra de amor
Subindo e amando nas alturas
Leveza de plumas macias
Toque de seda pura e gostosa
Interior bailante sem música alguma
Mar de felicidade infinita
Fortaleza de comunhão explícita




Descendo e desamando no inferno
Quente inferno
Coração acelerado
Pela ira do olhar fulminante
Querendo machucar


Tormento de dores repentinas
Estragos vistos a olho nu
Pesadelos bem reais


Quando nessa gangorra
O amor está no ápice do ser
Vem as interrogações
Como se nada soubéssemos
Do porquê da gangorra existir
Tão metodicamente no nosso sopro de vida
Tão forte e tão frágil.


AUTORIA:
Patrícia Pinna.

Imagens: Internet.






quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

AS DUAS FACES!

 
 

A inspiração não necessita
Ser em verso, alegre num todo
A alma revela o que é profundo
Beleza existe em lágrimas e sorrisos 
Despedidas e voltas 


É humano o jorrar de uma lágrima
De um amor que findou

Sorrisos da entrega
De amantes apaixonados
A partida para novos horizontes
Para o flutuar na leveza de descobertas


Regresso após várias luas
Numa manhã de sol
Nuances de uma vida cadenciada


Fragmentos intensos
De sensações plurais


Em tudo há encanto
Triste ou feliz eu canto
A diversidade dos sentimentos
A que somos reféns


Inspiração é a metade
Negra e branca
Pobre e rica
Rev0lta e serena


Tudo o que apraz-me
Sem rótulos de tristeza ou felicidade


As duas faces
De um momento poético
Que sorvemos
Verso ou reverso
Amorosamente


Beleza, é o encontro conosco
Na vibração a que estamos predispostos.






AUTORIA:Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.




domingo, 22 de janeiro de 2012

SONETO DA METAMORFOSE




Transporta-me indiferente aos dias belos
Querendo os teus olhos ver sorrir novamente
Tentar compreender o que acabou com os elos
Se fomos nós, ou a ação do tempo maldosamente

Somos duas pessoas tão diferentes
De quando entrelaçamo-nos anteriormente
Culpando um ao outro desordenadamente
Ciclicamente viciosas e prepotentes

Inexiste agora, a compassada melodia
Transformou-se em ruídos de dor
Um amor cintilante certo dia


No entanto, sufocou-se demais e morreu
Enquanto vivo porém, pouco sofreu
Encontrava sempre ar puro no seu apogeu. 






AUTORIA: Patrícia Pinna. 
Imagens: Internet.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

JURAS VAZIAS



As músicas trazem recordações vivas
Daquelas que amortecem a alma insípida
Soam como uma clássica melancolia
Outrora, era motivo de felicidade
Hoje, conscientemente entristecem
O sentimento relembrado


O que julgamos ser eterno
Nem sempre criam raízes
Com o passar das muitas horas
Viram cinzas espalhadas


Em cada recanto que foi sagrado
Em cada recanto que foi profano


E as juras de amor tornam-se vazias
Voltam para o abismo crucial


A chuva cai transbordando o rio
Levando tudo com a sua força
Fico a olhar o que não atinge-me
Pois não estou na mesma direção


Estou no alto e protegida
Vendo a demolição profusa
O vento forte arrastando pessoas
Derrubando árvores antigas
Mas eu agora estou livre


Ainda assim minhas lágrimas
Molham os meus lábios
Que não se contêm
Com a determinação voraz do fim, e gritam!


Tamanha dor senti como espectadora
Como narradora personagem
Da minha própria história
Que pensava infinda!


Autoria:Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

AMOR PURO



Ela sorria ao beijar o seu amado
Um sorriso de puro contentamento
A árvore frondosa era o cenário
Daquele beijo
Numa tarde apaixonada

Onde as palavras
Atreviam-se a calar
Por um imenso período
Pois não havia a necessidade delas
Em tal situação radiante

A alma cantava em ritmo suave
Contagiando a Natureza
Que mais bela ficava
Interagindo com a magia do momento

O sol daquele dia
Era o calor que emanava
Do nosso corpo
Pois o céu era prata
Sem cor festiva

O que coloria o céu
Eram os arrepios
Que a nossa pele sentia
A cada toque sereno

Delicadeza estampada
Nas formas das nuvens
Luz viajante
De um amor puro
Que aplaudia de pé
A união livre
Com sentimentos coesos

Sorvendo o néctar do amor
Que somente é permitido receber
Aos que despem-se do egoísmo
Coabitando em tolerância.





AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.

domingo, 1 de janeiro de 2012

QUASE AURORA , QUASE ETERNA!



Na quase aurora embriagante
Nossos olhares transpiravam
Desejo ao calor do beijo
Que de mim roubavas inocentemente



Amado, tinhas um frescor
Como  o das rosas
Banhadas ao orvalho suave
Exultantes como o brilho das estrelas
Iluminando sombrios pensamentos
Um frenesi encantador




Que sorvia entregue e demoradamente
A beleza da semente
Múltiplas vezes encontradas
Em nosso amor


Amado, tinhas a propensão
De mostrar o caminho
Finalizando o vazio da alma
Que em um abismo encontrava-se


Na naturalidade dos dias
Pousava o nosso sentir
E ali aconchegava-se




Protegido da maldade
Do mundo externo
E do nosso próprio mundo
Repleto de dizeres fugidios
E de corações desertores.


 AUTORIA: Patrícia Pinna
Imagens: Internet.