sábado, 28 de janeiro de 2017

Vultos By Patrícia Pinna



Muito é devaneio, pouco é receio, imensidão de descrédito
Nessa parda vida de humanidade esquecida de laços
Passos largos, pressa da vida, faz-se dia, faz-se noite
Os céus não são os mesmos, as estrelas quase não iluminam
O mais infeliz dos réus esperando sua sentença

Tenta crer na bondade, mas  que nada, veste-se profana
Rasgando a sua esperança, deixando-a em retalhos
Sem agulhas  e linhas para coser esse bem-querer
E, arredia, caminha para esmorecer no sinistro abismo

São olhos, ouvidos, bocas, pés e mãos inertes
Não veem o outro, não escutam
Não vão ao seu encontro
Não  tocam
Oferenda que não possui serventia
Tudo fica frio!

Parece que houve um descarte, uma rejeição
Vultos frequentes numa solidão
Onde nada passou de uma aparição
Não tem mais onde sustentar-se
Ficaram as lembranças!
Oh, fragilidade do ser!

Autoria: Patrícia Pinna(todos os direitos autorais reservados)
Imagens: Internet