sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Escravidão! By Patrícia Pinna



Amar-te trouxe dor, açoite
Dos escravos na senzala
Muitas chicotadas, pele à vista
Sangue escorrendo pelo corpo, feridas
Quase morrendo de fome e de sede
Parco alimento para estar de pé!
Olhos turvos em meio ao sofrimento
Entre algumas danças de libertação
Raros momentos, interrompidos pelo cruel feitor
Mantinha-se a fé, a crença na soltura
E olhos voltados para a luz das estrelas

Pés descalços, grossos e doridos 
Banhados pela areia pesada encharcando seus dedos
Lombo marcado tentando um pouco descansar
Aliviar seus muitos pesos, dar um sentido à vida obscura
Cheirando a enxofre, sem rimas, desengano

Clamando aos seus Orixás, a limpeza da alma
A cura das feridas, o sorriso, ausência de morte
Contemplando a estrela-norte, a Natureza
Antes de desfalecer de vez sem a bênção
Em seu espírito levar, purificar e entrar noutro plano!


Autoria: Patrícia Pinna
Imagem: Internet.
Todos os direitos reservados e protegidos por Lei.

23 comentários:

  1. Simplesmente belíssimo querida amiga ,escravo da vida e de todos que o olham como um ser inferior ,pois infeliz é aquele que se acha superior aos olhos ,esse sim nada tem em seu coração,muito belo querida amiga ,beijinhos no coração felicidades

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  2. Profundo e Belo poema querida amiga. A escravidão, seja ela qual for, fere, humilha, machuca. A liberdade começa dentro de nós mesmos. Patrícia querida que seu dom continue nos trazendo lindas pérolas. Ser escravo das suas poesias é uma honra divina. Lindo Lindo. Ameiii Parabéns pela profundidade dessas linhas. Aplausos e muito obrigada pela partilha. Te Amo Rosa Valverde

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  3. Apesar de não haver mais escravidão ainda vemos muitos sofredores talvez por preconceito racial ou posição social.
    Lindo Patricia.
    Bjs e um feliz domingo.
    Carmen Lúcia.

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  4. Belo poema, Patrícia Pinna. Retrata os inúmeros seres humanos escravos nesta nossa atualidade. Parabéns! Bom dia e abençoada semana! Beijos no coração.

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  5. Um belo e profundo poema sobre uma das páginas mais tristes da história da humanidade. Você descreveu com propriedade e sentimento o sofrimento que os assolou, embora ainda hoje, sejamos todos, em certo sentido, escravos dos sistemas e ideologias que petrificam a alma humana aos poucos. Infelizmente as maiores correntes são as que se petrificam dentro dos corações. E tiram a nossa capacidade de discernir, de enxergar e de lutar por um mundo mais justo. Um beijo no coração, querida Patricia.

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  6. Uma mancha na história do mundo que nunca se apaga, seres humanos explorados por outros seres ditos humanos, no uso da força bruta, do vil metal. A dor que imposta na separação de seus familiares, de seu país, de suas tradições. De outra a escravidão que muitas vezes a própria pessoa se submete pelos sentimentos, pelos apegos, pela entrega desenfreada ao desconhecido. Libertar-se é desistir, é recuar-se e reaprender os caminhos que possam conduzir a uma liberdade que se quer.
    Interessante construção que busca uma analogia dolorosa da dor, do amor, dos desencontros de corações.
    Bonito Patricia.
    Uma semana maravilhosa que possa inspirar um novo mês de vitorias e coração em voo livre pela vida.
    Beijos de paz.

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  7. Relacionaste a escravidão do amor com a escravidão que existiu para muita gente e que a sofreu na pele... Um poema cheio de intensidade e sofrimento.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  8. Um poema sentido e profundo, simplesmente maravilhoso.
    Boa semana
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  9. Jamais entenderemos a vergonha da escravidão, uma mancha estúpida na história da civilização. Humanos escravizando covardemente sua própria espécie. Horror!!
    Beijo, Patrícia, comovente poema.

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  10. Somos seres complicados, eternamente insatisfeitos. Hora chorosos na solidão, tédio, vazio do existir. Hora sofrendo as agruras da paixão, da duvida, do ciúme. O problema que nos apegamos, e depois não somos mais nós mesmos, somos plenos e ao mesmo tempo menos que antes, extensão, nos perdemos, confundimo-nos nas aguas do outro, de outra criatura que nos identificamos e ficamos a mercê, nos distanciamos, amamos. E o queremos todo tempo do mundo, perto, certo, seguro, confortável, sempre, estável, ideal. Meio escravo, meio senhor, sofredor. Faz parte de nossa natureza controversa. Mandou bem, Patricia. Beijos!

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  11. Pois é, a escravatura foi há muito abolida, mas ela continua presente em muitos lares.
    Um poema soberbo, parabéns.
    Bom fim de semana, amiga Patrícia.
    Beijo.

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  12. Olá Patrícia, como vai poetisa?

    Sempre com trabalhos belíssimos que primam pela sensibilidade exacerbada!!
    Gosto muito de acompanhar o seu desenvolvimento, pois sempre retrata temas sensíveis da nossa sociedade com muita amplitude e veracidade.
    Parabéns!!
    Infelizmente tem fatos que nos fazem refletir que a escravidão ainda nos assola, existem exemplos terríveis mais próximos de nós que jamais imaginaríamos...
    E que a escravidão seja extirpada de uma vez por todas!!

    Um grande beijo querida e obrigada sempre por jamais perder sua delicadeza e sensibilidade!!
    Beijinhos e uma semana maravilhosa!! :)))

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  13. Bom dia, Patrícia
    Que lindo e profundo poema encontro aqui.
    Amei!
    Agradeço a gentil visitinha e comentário.
    Fiquei feliz!
    Tenha uma semana de paz.
    Beijinhos muitos de
    Verena e Bichinhos.

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  14. Só podemos te aplaudir! Lindo demais! bjs, ótima semana,chica

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  15. Boa noite, Patrícia,
    a escravidão ainda nos ronda, mesmo muito velada, ainda existe, infelizmente.
    Seu poema retrata a dor, o medo, a vergonha, peço a Deus que suas almas estejam em bom lugar e sem escravidão . Beijos!

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  16. Bom dia Patrícia, um poema de cunho social, oportuno. bem elaborado que nos conta a sofrimento deste povo tido como seres insignificantes, uma história que ainda está presente, embora um tanto camuflada. Muito bom ler seus pensares com suas explícitas verdades.
    Tenha um abençoado dia.

    Bjs!

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  17. Oi Patrícia
    Tentei comentar no Recanto de Letras e não consegui, dizem que meu endereço está errado. Por que? Ainda não estou com o mal de alzheimer.
    Como sempre escreve muito bem, gostei do tema.
    O racismo não está só na cor está na petulância de muitos acharem melhores que os outros. santa ignorância, somos um monte de ossos cobertos por peles coloridas.
    Se fôssemos todos iguais seria uma equação chata.
    Saudade de você
    Beijos no coração
    Lua Singular

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  18. Eita que saudades daqui. Faz tempo né? Mais aqui as lindas e belas inspirações continua. Parabéns querida poetisa. Amo vc e Deus ainda mais. Bjs

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  19. Oi Patricia!
    Um relato, poéticamente representado por tua inspiração e talento tornando-o belo em sua tristeza.
    Abrçs amiga.

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  20. Patrícia,
    Redescobrir a si mesmo
    É um dos segredos
    Do bem viver.
    Só se redescobre quem
    Está de bem consigo mesmo.
    Belo texto.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  21. Amar é prazer? É dor? é os dois lados da mesma moeda, moenda. Qual é o melhor se expor ao amor, a dor, a flor que pode furar, ao frio, calor, que a segurança do vazio, de um lago ao rio, que nunca verá o mar, decerto, mas criará limo, lama no fundo, margens que não imaginará. Mais uma obra prima, poetisa. Beijos!

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  22. Escravidão uma palavra tão amarga
    rima com solidão, mas essa poesia liberta e denuncia a escravidão! É necessário que a pureza e a justiça
    existam dentro de nós para consolidar de vez a abolição!
    Lindos versos Paty. Obrigada por nos presentear com eles.
    Bjsss

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  23. É maravilhoso ver o quanto você Patrícia se torna sensível para escrebes palavras tão lindas e saibas

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A verdade está em mim, sou amante dela com todo o fervor, e desse modo peço que todos que aqui passarem, comentem com a alma, com paixão e verdade, deixando a sua opinião particular e individual, afinal, somos seres únicos com visões diferentes!
Que a alma de cada um de vocês transborde nesse espaço tão meu, tão nosso!
Obrigada e beijos na alma!!!!!!!!!!

Patrícia Pinna.