Sem chão, sem vontade, sem palavra
Nada há que resista a esse estado
Conflitante e equacionado
Realidade desembocada numa esquina
Do pensamento puramente primário
Letárgico, esvoaçante e contraditório
Fazendo mudar em segundos
Qualquer conteúdo de uma história
Pupilas em expressivas torrentes
Descendo através da face
O mar de sofrimento em vão
Afogando a boca entreaberta
Que esboça uma canção
Onde a dor anuncia-se com torpor
Os tortuosos caminhos do amor.
AUTORIA: Patrícia Pinna
Imagens: Internet
O cavalheiro sofreu de remorso
Por não tratar a sua dama como convém
Recebeu a negação da sua voz
Tornando-se dela um triste refém
O castelo em que viviam
Condizia com a beleza interior
Que retratava aquele amor
Mas o cavalheiro esqueceu
De cuidar dele com fervor
A dama decepcionada ficou
Ao ver que ele só pensava em si
Vendo a gentileza dele não mais fluir
Partiu do castelo num galope
Galope de cavalo arredio
Não importando-se nem com o frio
Cavalheiro de atitudes ambíguas
Coloca-se a lamentar por perder o seu amor
Que dizia venerar
Seu arrependimento não foi sincero
Incorreu no erro sem pensar
Ficando sem a dama
Por não sabê-la cortejar.
AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet
A DERME é a essência do nosso encontro
Em uma união vedada para a superficialidade
Internalizando os sentimentos profícuos
EPIDERME, marcas vistas a olho nu
Expostas na nossa pele
Tatuadas em diversos tamanhos
Sendo de prazer ou dor
A DERME enxerga
Com olhos invisíveis
Olhos que ninguém contempla
Num passeio de alma indizível
Não buscando entendimento
Aprofundando-se em um
Sensível contentamento
EPIDERME, é a paixão inebriante
Dos cinco sentidos aflorados
Ela é tocada com volúpia
Ouvida em pequenos gemidos
Entre os beijos saborosos vividos
Nos fluidos trocamos aromas
Na Lua que clareia o quarto
Iluminando a pele de suor
A DERME é o amor que não vemos
Que sabemos existir certamente
Ansiando um dia encontrar
Sentir o seu poder sem saber o porquê
Ele transforma, sereniza e conforta
Sendo a cumplicidade a sua porta
Romântica e decidida
É uma escolha de vida
Sendo de que tipo for
Não pode deixar de ser vivida!
AUTORIA: Patrícia Pinna.
Imagens: Internet.
Encontrei a dor revestida de culpa
Encontrei a face morta
Olhando-me no reflexo do espelho
Encontrei a morte da suavidade
Presente nos meus dias
Sem fisicamente fazer o desenlace
A morte está nas minhas ações
A morte está nas minhas decepções
Ela está no meu linguajar arrogante
Que em forma de sons não edificantes
Expulso venenosamente da minha boca!
Deus! Deus!
Extinto está o meu coração
Da bondade divina
Confundindo autoridade
Com autoritarismo
Furtando-me ao conhecimento
Da real mudança
Que transitoriamente
Penso apossar-se de mim
Tola ilusão!
Enquanto durmo
Acalmo o meu ser
Não sendo fel
E nem ferindo à espada
Quando acordada volto
Aos tormentos interiores
Descobrindo que continuo do mesmo modo
Sem razão, sem justificativa e sem perdão
Oh, Deus! Quantos inocentes eu feri
Sangrando até a quase morte?
Eles vivem em Terapia Intensiva
E eu estou praticamente pronta
Mesmo indo contra o meu pensamento
Provocar uma eutanásia emocional!
AUTORIA: Patrícia Pinna.
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Frases escritas para fazer de conta
Que sou ou que és importante
Acelerando o ritmo criador
Numa construção em versos do amor
Amor, o que preenche a minha alma
O que transmite-me a calma
O que faz eu descobrir
Que as vivências são bobagens
Quando não divididas
Suas bagagens
Amor é partilha generosa
Desconhecendo formatação impiedosa
É doador na amplitude vigorosa
Encontre-me com a tua verdade
Com o teu calor, teu sabor
E a tua sabedoria
Sou uma partícula viajante
Necessitando da tua bondade
Capaz de vencer toda
E qualquer maldade
No teu manto protetor
Eu me sinto um vencedor
Estando num leito acolhedor
Nos simples braços do amor.
AUTORIA: Patrícia Pinna.
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Escuridão que clareia
Os meus pensamentos
Faz eu enxergar onde estou
Faz eu sentir que já não estou mais aqui
Estou de férias com bagagens pesadas
Que não sei quando e nem onde as colocarei
Fardo meu, fardo teu
Não te convidei a partir comigo
Ficarias bem melhor no teu recanto
Na tua solidão, no teu isolamento
Estou à procura do meu eixo
Do meu encontro real
Da paz que preciso ter
Para um dia talvez
Repartir com alguém
Nas Luas que seguem-se
Em todos os seus quartos
É uma nova fase que vivo
É a esperança dentro de mim
Que carrego
É o meu ser
Que entrego
Oh, Universo
Teus mistérios
São incontáveis
Aqui estou pronta
Para ouvir-te
Quem sabe sairei
Dessa jornada
Serenizada
A buscar parte de mim
Que no recanto deixei
Quem sabe?
AUTORIA: Patrícia Pinna.
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