Quisera ser liberta pela indelével ternura do amor
Das suas grades, seus muros e altas janelas
Portas de ferro enferrujadas pela ação do tempo
Escuridão venenosa por chumbo
E, no vento das possibilidades, imaginara um reluzir
Nos seus olhos aprisionados por exílio de desventura
Jogara as suas pernas em movimentos primitivos interrompendo
O silêncio das falas loucas, bem poucas, doridas
Quisera ser liberta da inanição das palavras
Estar no palácio lúcido da poesia e seus jardins
Ter na pele o corte dos espinhos da imperatriz
Jejuar em seu castelo contrições arraigadas
Experimentar a luz da aurora e o canto do mar
Não pudera, apenas quisera...
Autoria: Patrícia Pinna
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Imagens: Internet.